Nos últimos vinte anos do século XX assistimos a um aumento indiscriminado das induções electivas do trabalho de parto devido à disponibilização de fármacos muito eficazes para esse fim. Na última década, no entanto, tem sido questionada essa atitude clínica, uma vez que, essencialmente nas nulíparas, a indução do trabalho de parto coincide com a duplicação da taxa de cessarianas e com a ocorrência de maior número de casos de dificuldade respiratória do recém-nascido.

 

Não obstante, quando terminar a gestação está medicamente indicado mesmo em gestações de termo, deparamo-nos frequentemente com o o colo do útero impreparado, o que coloca um problema difícil de resolver. Outro vector de dificuldade ocorre quando é clinicamente necessário terminar a gravidez em gestantes com cicatrizes uterinas prévias. Com o objectivo de resolver estas dificuldades, têm sido propostos dispositivos de libertação lenta e controlada de prostaglandinas, bem como técnicas não farmacológicas para provocar o parto, nomeadamente os métodos mecânicos, mas não existe ainda o adequado consenso entre os profissionais. 

 

Por estes motivos, a SPOMMF considerou que era chegado o momento de se discutirem em profundidade as questões e os desafios actuais sobre a indução do trabalho de parto. Assim, convida todos os profissionais (médicos e enfermeiros) ligados mais ou menos fortemente ao labor diário dos blocos de partos para participarem activamente no simpósio que terá lugar a 11 e 12 de Abril de 2014 no grande anfiteatro do edifício Egas Moniz da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. 

 

 

Prof. Doutor Luís M. Graça

Presidente da SPOMMF